terça-feira, 17 de agosto de 2010

Serrra eleva o tom e diz que:Dilma copiou suas propostas

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou nesta terça-feira que é "trololó, falsidade e mentira" dizer que o problema financeiro da saúde provém do fim da CPMF. Em uma estocada direta na principal adversária, acusou Dilma Rousseff (PT) de copiar propostas suas.

Serra foi ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso e escolheu o setor como um dos temas prioritários de sua plataforma.

Sobre a CPMF, disse que não foi a oposição que derrotou a CPMF no Congresso, mas a própria base do governo que demorou muito para aprovar a proposta de emenda constitucional na Câmara, atrasando a tramitação no Senado, "em troca da nomeação do presidente de Furnas".

O tucano contou que recorreu, na época, ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci com sugestões para viabilizar a aprovação da matéria, mas já era tarde.

"É trololó, é falsidade, é mentira dizer que os problemas financeiros da saúde provêm do fim da CMPF", disse o candidato no congresso nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos nesta terça-feira. Dilma deve comparecer ao mesmo evento na quinta-feira.

Ele afirmou que a campanha adversária copiou sete de suas propostas, sobretudo para área de saúde.

Citou algumas: a ideia de criar uma defesa civil nacional anticatástrofes; o projeto 'mãe brasileira'; e os ambulatórios médicos de especialidades (o Ames). O candidato se comprometeu a fundar 154 ambulatórios em todo território nacional, a exemplo do que fez em São Paulo.

"Em geral, nesta campanha, tenho feito propostas e daí um a dois meses, a candidata do PT vem e faz a mesma proposta. Já fez sete", disse. "Acho que fica mais elegante dar o crédito, não precisa pagar direito autoral", irnonizou.

Falando de saneamento, atacou o troca-troca fisiológico, que encaminha investimento para áreas não prioritárias. Mas, após ter dado declarações fortes sobre loteamento de cargos públicos, Serra foi mais ameno.

"O apadrinhamento político, que é legítimo, porque isso cria as alianças, traz o Legtislativo para a nossa luta", disse. Ao Jornal Nacional, semana passada, afirmara que o objetivo da indicação política é a corrupção.

A uma plateia interessada nas propostas para hospitais filantrópicos e para a área de saúde em geral, prometeu investimentos de 12 bilhões de reais. "Não é muito, é uma questão de prioridade."

Serra disse, ainda, que se dedicará à formação de 500 mil técnicos de enfermagem. "Daqui a pouco eles vão copiar essa também."

"Na Presidência, nós vamos voltar com o proer das santas casas para poder proporcionar um alívio numa situação que é extramente crítica... por causa do abandono do governo, o grau de endividamento está intolerável", alfinetou.

No dia da veiculação do primeiro programa do horário eleitoral gratuito, em que não fez acusações contra o governo em sua peça para a TV, Serra foi forte nas palavras no evento desta tarde.

O comportamento pode indicar uma estratégia híbrida de bater em áreas específicas em que o Executivo federal é mal avaliado sem, ao mesmo tempo, se transformar no candidato anti-Lula.

0 comentários: